domingo, 17 de outubro de 2010

Guerra do Contestado




Uma das maiores e mais sangrentas revoltas camponesas da História da Humanidade aconteceu em Santa Catarina.
No dia 22 de outubro de 1912, na cidade de Irani, tropas paranaenses comandadas pelo coronel João Gualberto travaram um violento combate com um grupo de sertanejos sem-terra, liderados pelo “monge” José Maria que pregava a volta da Monarquia e a construção de uma sociedade igualitária. O conflito, que se alastrou por dezenas de cidades catarinenses, durou quatro anos e causou a morte de cerca de 20 mil pessoas.
Vários acontecimentos produziram este levante popular: a disputa de limites entre Paraná e Santa Catarina; a construção da estrada de ferro São Paulo - Rio Grande, pela poderosa multinacional Brazil Railway pertencente ao Sindicato Farquhar; a instalação da segunda maior madeireira da América, a Southern Brazil Lumber & Colonization Company Inc.
Este conjunto de fatores convergia para uma mesma direção: a expulsão dos camponeses, habitantes nativos da região, a ocupação de suas terras e a exploração das ricas reservas de pinheiro araucária. Nesse período praticou-se a primeira devastação ecológica industrialmente planejada na América Latina com a derrubada de mais de 2 milhões de pinheiros e outras madeiras nobres.


TESTE MILITAR
A Guerra do Contestado mobilizou dois terços do Exército Brasileiro de então, milícias estaduais e forças paramilitares. Foi o grande teste do exército moderno: pela primeira vez, na América Latina, utilizaram-se aviões com fins militares, bombas de fragmentação e aprimoradas técnicas de contra-insurgência, só esboçadas na Guerra de Canudos.
Os camponeses, profundos conhecedores do sertão catarinense e movidos por uma fé mística baseada na imortalidade, resistiram ferozmente até a sua derrota utilizando eficientes técnicas de guerrilha. Além da luta pela terra, messianismo, sebastianismo e desejos de volta à Monarquia permeavam o imaginário dos sertanejos.

Fonte: http://contestadoaguerradesconhecida.blogspot.com/

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