quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Plebiscito Popular Pelo Limite de Terra



Os plebiscitos populares tiveram um papel interessante para a organização dos movimentos de esquerda nos últimos anos. Essa união pode ser chamada de “Unidade na Luta” já que as diferentes concepções teóricas e práticas são respeitadas, entretanto, diante de necessidades urgentes, um consenso pode ser alcançado para enfrentar um inimigo em comum, que por sinal é muito forte por conta de suas alianças com diversos setores da burguesia.
O Plebiscito da vez é sobre o Limite da Propriedade da Terra (em defesa da reforma agrária e da soberania territorial e alimentar) e o objetivo do mesmo não é forçar que seu resultado tenha força de lei, nem ao menos achar que o Abaixo Assinado irá servir para alguma coisa, na prática o objetivo é concentrar esforços para divulgar algumas informações que a grande mídia sonega.

O Plebiscito é a oportunidade para contradizer a idéia de que Agronegócio significa o progresso no campo e mostrar que se trata apenas de um nome diferente para o que antes era chamado de Latifúndio.
A burguesia, através do seu poder exercido nos governos e na grande mídia se orgulho da “modernização” ocorrida no campo, onde o jegue, o boi e o jeca foram substituídos pelo trator, pelas sementes transgênicas e pelo uso de agrotóxicos em larga escala, por outro lado escondeu as conseqüências sociais e ambientais dessa super-exploração.

Das conseqüências como a migração em massa, a favelização e o desmatamento não é preciso detalhar, afinal são problemas evidentes. Nesse momento é importante mostrar aquilo que a mídia consegue esconder:
  • A agricultura familiar, que ocupa apenas 24,3% da área total cultivada produz 38% do valor bruto da produção agrícola do país e emprega 74,4% da mão de obra no campo;
  • 84,4% dos estabelecimentos rurais são classificados como Agricultura Familiar;
  • A agricultura familiar produz 70% dos alimentos do país;
  • A campanha do plebiscito defende o limite de 35 módulos fiscais (entre 175 e 3500 hectares dependendo da região). Caso ele seja adotado apenas 1% do total de propriedades seria atingido, porém, a desigualdade no Brasil é tão grande que esse fracionamento faria um enorme efeito já que representa mais de 45% do total de áreas cultivadas no Brasil.
Os ruralistas e toda a imprensa que os apóia vão se levantar e gritar que se está querendo destruir a propriedade e a produção agrícola do país. Vão promover um terrorismo midiático e calunioso contra o MST e todos os movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda.

Portanto, o objetivo principal dessa campanha é provar que a pequena propriedade pode abastecer com total competência desde o prato do brasileiro pobre até as commodities que o país exporta. O modelo de latifúndios tem origens históricas e se mantém não porque são eficientes, mas sim porque seus proprietários estão incrustados no poder político e cabe a nós agirmos para mudar essa situação e promover paz e justiça social no campo e nas cidades através de uma reforma agrária efetiva, que não poupe os velhos privilegiados de sempre em nome de falsos direitos adquiridos.

http://www.limitedaterra.org.br/